"Janela da Alma" - Resenha do Filme
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Felipe Esteves Gomes Martins
Mostra-se difícil redigir acerca da beleza das projeções. Brincando com a subjetividade contida nas coisas simples, Janela da Alma faz refletir sobre a parte do olho que não podemos tocar. O caráter descontraído presente nas entrevistas, concede ao documentário a atmosfera de uma casual conversa entre amigos.
Logo nas primeiras imagens, a graça de Hermeto Pascoal toma conta da câmera e, imerso em cabelo, barba e carisma, mostra sua visão não só através olhos, mas principalmente ouvidos e coração. O músico comenta sobre “visão interior” e “terceiro-olho”, termos usados, em diversas culturas, para denominar o que a ciência acredita ser a glândula pineal.
A glândula tem a forma de um cone de pinha (pinea) e no adulto mede 8 mm de comprimento por 4 mm de largura e pesa 0,1 a 0,2 gramas(11). Apesar de discreta, sempre esteve envolta por misticismo em diversas partes do mundo. Citada em várias doutrinas, desde 3.000 anos a. C. na Yoga, no esoterismo, na numerologia ela aparece com alguns pontos em comum do conhecimento humano. Descartes, no século XVII, atribuiu a pineal como sendo o ponto de união da alma ou espírito ao corpo biológico (imagem ao lado). A tribo Maori possui como tradição a meditação e despertar da glândula, induzindo o desabrochar espiritual em suas crianças, como dito pelo estudioso
Drunvalo Melchizedek. Mesmo culturas que não tiveram contato, cultivaram crenças acerca da glândula pineal e suas funções, mas por quê? Sabe-se que a glândula pineal é, assim como os nossos olhos, fotossensível. O fenômeno se manifesta mais intensamente durante a noite, na completa escuridão, tendo seu ápice geralmente entre 3 e 4 horas da manhã.
O terceiro de nossos olhos está ligado ao inconsciente, à imaginação e intuição, além de ministrar nossos sonhos e sono. Sendo assim, não é difícil imaginar como a glândula se tornou alvo