resumo filme janela da alma
O documentário “Janela da Alma” nasceu da ideia de um dos seus diretores, João Jardim, que sofre de miopia grave. Ele acredita que o fato de possuir problemas de visão influenciou sua vida e até modificou sua personalidade. O filme então, nos seus setenta e três minutos, desenvolve-se, principalmente, em torno da questão da sensibilidade e do quanto a mudança na sua intensidade, para mais ou para menos, modifica o conhecimento que o sujeito poderá ter do mundo. Essa perspectiva se projeta até na maneira que os diretores utilizaram o foco da câmera durante o documentário, que apresenta cenas vistas fora de foco, ou melhor, fora do foco considerado “normal”.
Os dezenove entrevistados deram à proposta do filme uma abordagem mais profunda. Alguns são atores, outros escritores, políticos, fotógrafos ou mesmo filósofos. Suas abordagens ultrapassaram a simples reflexão sobre a sensibilidade e trataram do entendimento humano, das capacidades e incapacidades do pensamento, dos limites do homem como ser cognoscente. Não há como, sem mesmo precisar de um olhar mais profundo, não relacionar as questões levantadas com a teoria do conhecimento de Kant, notadamente com a sua “revolução copernicana”.
Como o título indica, o filme concentra-se na sensibilidade e mais especificamente no olhar humano. Os olhos são a janela da alma, são por onde a alma vê o mundo e o mundo vê alma. Além da visão, é claro, existem os outros sentidos, que também podem ser, por analogia, janelas. No documentário, inclusive, o vereador de Belo Horizonte, Arnaldo Godoy, que é cego, revela que substituiu sua visão por outras formas de perceber o mundo, através de seus outros sentidos, mais aguçados que o normal.
Voltando à sensibilidade, da visão e dos demais sentidos, é interessante notar o que nos é revelado pelo poeta, compositor, filósofo e escritor, Antônio Cícero, que disse ter ficado maravilhado ao