Jane jacobs - distrito
Por fim, o terceiro tipo que propicia a autogestão é o distrito. A função principal de um distrito bem sucedido é servir de mediador entre as vizinhanças e a cidade como um todo.
Com isto, queremos dizer que, apesar de indispensáveis, a vizinhança não tem força política, diferente da cidade como um todo.
Neste sentido, os distritos podem ajudar a implantar os equipamentos urbanos onde eles são mais necessários para os bairros. Ele deve ajudar a traduzir a vivência real das suas ruas e vizinhanças em políticas, diretrizes e metas municipais. Para isso, o distrito precisa ser grande e forte para brigar na prefeitura, para ter força na vida da cidade como um todo. Ainda, devem preservar o lugar que é utilizado não apenas por moradores, mas também pelos trabalhadores, fregueses e visitantes. Quando uma rua luta sozinha contra um dos maiores problemas da cidade grande, o tráfico, por exemplo, ela nunca conseguirá resolver.
Mesmo os cidadãos mais influentes que uma vizinhança possa ter não dão conta de resolver estes grandes problemas. Esse é um ponto importante. Se as ruas não contarem com cidadãos influentes e engajados na vivência coletiva, a rua ficará totalmente indefesa.
E isto nós, como vimos, conseguimos através das calçadas, onde as pessoas estabelecem redes de contatos influentes. Para funcionar bem e ser capaz de se autogerir, o distrito precisa vencer o isolamento dos bairros que o compõem. Este é um problema político, social e, principalmente, físico. Neste último caso, precisamos acabar com o ideal de bairro planejado. O bairro ideal da teoria do planejamento é grande demais para funcionar como vizinhança e pequeno demais para ser um distrito. Se as três únicas formas de organização – a cidade como um todo, as vizinhanças e os distritos – demonstram ter funcionalidade proveitosa para a autogestão, o planejamento deve, portanto, almejar quatro metas:
1- As ruas precisam ser vivas e atraentes;
2- O