Isabel Marques
Nascida em Hannover, na Alemanha, em 14 de outubro de 1906, de origem judaica, foi batizada como Johanna Arendt. Tendo perdido o pai com sete anos incompletos, mostrou-se precoce ao tentar consolar sua mãe, Martha Arendt: "Pense - isso acontece com muitas mulheres", teria dito a menina, para espanto da viúva. Recebeu da mãe, que tinha simpatia por ideias da social-democracia, uma educação marcadamente liberal. Ainda na adolescência, teve contato com a obra de Kant. Aos dezessete anos, abandonou a escola por questões disciplinares. Transferiu-se para Berlim, onde estudou teologia e a filosofia do dinamarquês Soren Kierkegaard. Em 1924, passou a frequentar a universidade de Marburg. Ali permaneceu um ano, durante o qual assistiu aulas de Filosofia com Martin Heidegger - com quem manteve, em seguida, um relacionamento amoroso complicado - e Nicolai Hartmann; teologia protestante com Rudolf Bultmann; e grego. Arendt formou-se em Filosofia em Heidelberg.
Conhecida como a pensadora da liberdade, Hannah Arendt viveu as grandes transformações do poder político do século 20. Estudou a formação dos regimes autoritários (totalitários) instalados nesse período - o nazismo e o comunismo - e defendeu os direitos individuais e a família, contra as "sociedades de massas" e os crimes contra a pessoa.
Sua obra é fundamental para entender e refletir sobre os tempos atuais, dilacerados por guerras localizadas e nacionalismos. Para ela, compreender significava enfrentar sem preconceitos a realidade, e resistir a ela, sem procurar explicações em antecedentes históricos.
Embora fosse de família hebraica, não teve a educação religiosa tradicional judia e sempre professou sua fé em Deus de forma livre e não-convencional. É importante saber desse aspecto porque Hannah dedicou toda sua vida a compreender o destino do povo judeu perseguido por Hitler.
Foi aluna do filósofo Heidegger - com quem teve um relacionamento amoroso - na universidade alemã de