INVISIBILIDADE

Invisibilidade social

O que torna um ser humano invisível? Ou como se destacar dentre a multidão de pessoas alucinadas e deslumbradas? Perguntas como estas podem parecer estranhas e descabidas para grande parte da população ativa no mercado financeiro, ou até mesmo para profissionais liberais, tais como médicos, doutores das mais diversas áreas, aquelas pessoas que ocupam cargos e exercem profissões consideradas importantíssimas para a manutenção da sociedade, mas para outros, que também trabalham diariamente, embora pouco valorizados, é uma pergunta corriqueira, para a qual se procura uma resposta urgente, nadando contra a corrente do dia a dia, lutando contra a discriminação e o preconceito de uma sociedade ‘cega’ pelo consumo, pelo capitalismo, pelo deslumbramento.
Esse é o caso de um repositor de um grande supermercado, que mantém organizadas suas prateleiras, disponibilizando os produtos por categorias e dentro dos prazos de validade, para que o consumidor os encontre rápida e facilmente na correria de suas compras. Retratando assim, é normal que haja concordância quanto à necessidade de um profissional nessa função, já que é praticamente impossível esperar que o consumidor adentre um supermercado e precise procurar por seus produtos de interesse desordenadamente, sendo lógico concluirmos que esse profissional é valorizado em sua função, respeitado pelo excelente trabalho. Infelizmente não é o que acontece com o repositor aqui retratado, que alega sofrer diariamente com a invisibilidade social, onde as pessoas não o olham ou cumprimentam, colocando-o em posição inferior a elas, compradoras, e, em último caso, e muito a contragosto, o procuram quando estão com alguma dificuldade.
Casos como este, são comuns em bares, rodoviárias, ou qualquer outro setor onde há pessoas realizando funções vistas como desnecessárias, dispensáveis, ou até mesmo inferiores do ponto de vista social e capitalista, onde garis, faxineiros, garçons, operadores de elevador, entre