INVESTIGAÇÃO CRIMINAL

Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo
VI Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo
UMESP (Universidade Metodista de São Paulo), novembro de 2008

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Investigação criminal, jornalismo e narratividade: algumas notas sobre o caso Madeleine McCann
João Carlos Correia1

Resumo: O caso Maddie focou-se no desaparecimento de uma menina inglesa numa praia – a Praia da Luz
– localizada no Algarve, principal destino turístico português. A investigação policial foi muito mediatizada mas os resultados produzidos foram relativamente escassos, quando comparados com a imensidão de meios e com a vastidão do alarme desencadeado à sua volta. Ao longo deste texto, partimos do “caso Maddie” – como a partir de agora designamos Madeleine McCann – para reflectir sobre algumas questões relacionadas entre si: a) a construção de uma narrativa mediática em termos de uma investigação policial; b) a oscilação entre a dimensão factual e a dimensão narrativa do jornalismo, no que esta comporta ao nível do enquadramento mediático; c) o rosto humano como uma espécie de catalizador emocional relacionada com uma dimensão afectiva que possibilita reconfigurar o campo jornalístico como espaço não apenas racional mas também afectivo de exploração e catarse de emoções.
Palavras-chave: “Caso Maddie” /Enquadramento/ Narratividade/ discurso jornalístico.

O caso Maddie inicia-se em Maio de 2007. Os McCann eram uma família inglesa constituída por um casal de médicos, Kate, antiga médica anestesista e actual médica de clínica geral em Melton Mowbray, Gerry, cardiologista no Hospital Glenfield em
Leicester, sua filha Madeleine Beth, conhecida por Maddie, de 4 anos e mais gémeos,
Sean e Amelie. Em Maio de 2007 eram parte dos muitos turistas com origem no Reino
Unido que escolhem o Algarve como destino de férias. O Algarve dispõe de