Introdução ao estudo sociológico das organizações
A Sociologia surgiu no século XIX como decorrência das profundas transformações nas sociedades ocidentais provocadas pela Revolução Industrial que teve início na Inglaterra e pela Revolução Francesa de 1789.
A desestruturação da sociedade tradicional, com a perda de suas principais referências, que garantia um mínimo de estabilidade, como a organização econômica baseada na agricultura, e a existência de um claro domínio político da nobreza provocaram a necessidade de encontrar alternativas que servissem como modelo a um novo tipo de organização social. E, para tanto, era necessário surgir uma ciência que estudasse os fenômenos que estavam ocorrendo, visando entendê-los, interpretá-los e propor alternativas viáveis.
Os precursores da Sociologia e os primeiros sociólogos vislumbraram como núcleo dessa nova sociedade a forma de organização trazida pela indústria, destacando-se o papel dos empresários e da racionalidade científica como elementos novos de articulação de uma nova ordem.
Nesse sentido, a nova forma de organização, a indústria, passa a ocupar lugar de destaque na sociedade, principalmente pelo fato de que o aumento de produtividade permitiu o atendimento de um número maior de consumidores de produtos a que outrora somente as classes superiores tinham acesso.
Assim, ao lado da necessidade de estudar os novos fenômenos sociais trazidos pela industrialização, a indústria por si mesma torna-se objeto de estudo das ciências sociais. Esse fato mostra que a necessidade de estudo da organização industrial caminha concomitantemente com a construção dessa nova ciência, a Sociologia. Num primeiro momento, o estudo da indústria coube a uma vertente denominada Sociologia industrial, que pode ser considerada a precursora da disciplina Sociologia das Organizações.
No final do século XIX, com a Revolução Industrial se espalhando por todo o globo, os estudos organizacionais tornaram-se cada vez mais necessários