Intertextualidade
UM BREVE HISTÓRICO:
O primeiro a abordar a intertextualidade foi o pensador russo Mikhail Bakhtin como conceito operacional de teoria e crítica literária, porém não usava esta denominação, ele a chamava de “dialogismo”. Nas palavras do filósofo, todo discurso constitui-se perante o outro e não sobre si mesmo. Na voz de qualquer falante, sempre encontramos a voz do outro, pois é “o outro” que nos define, que nos completa.
Todavia, Bakhtin enfatiza que, ao mencionar o termo “diálogo”, não está se referindo apenas a uma “forma composicional do discurso”, mas sim dos diversos tipos de enunciados aos quais estabelecem relações semânticas numa comunicação discursiva.
DEFINIÇÃO:
A intertextualidade acontece quando um texto retoma uma parte ou a totalidade de outro texto formando um novo conteúdo a partir do já existente em uma referência, explícita ou implícita, do teor de origem. Também pode ocorrer com outras formas além do texto, sendo na música, pintura, filme, novela etc. Sempre que uma faz alusão à outra ocorre a intertextualidade.
Apresenta-se de forma explícita quando o autor informa o objeto da sua citação (num texto científico, por exemplo, o autor do texto citado é indicado). Já na forma implícita a indicação é oculta, por isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo, um saber prévio, para saber identificar quando há um diálogo entre textos.
Esta relação pode ocorrer para coadunar as mesmas ideias da obra citada, bem assim para contestá-las, podendo ocorrer entre textos da mesma natureza ou de caráter dessemelhantes.
Apud KOCH, BENTES e CAVALCANTE, 2008, “qualquer texto se constrói com um mosaico de citações e é a absorção e transformação de um outro texto”. Ou seja, não existe um texto neutro, puro ou original. Todo texto sempre remete a outros textos. O escritor, através da sua memória discursiva, remonta pronunciamentos que já tenha lido ou ouvido em ocasiões anteriores e,