Interpretação e linguagem coloquial
Este artigo visa enfatizar que as aulas de língua portuguesa não têm contribuído para o desenvolvimento da habilidade de uma escrita autêntica por parte do aluno, pois o sistema educacional está mais propenso a ensinar regras gramaticais do que oportunizar ao aluno a experiência de construção e reconstrução de seus textos. Caso restrinja sua experiência de escrita ao ambiente escolar, dificilmente o aluno é levado a reconhecer em sua escrita uma expressão autêntica e legítima de si mesmo. Neste contexto escrever não passa, infelizmente, de mero exercício escolar e esta referência do que é escrever precisa ser modificada como argumenta Kramer, (2001):
... já é hora de pararmos de apenas ensinar a ensinar a escrita na escola, de pararmos de apenas escrever dígrafos, polissílabos, sintaxes ou sinônimos, para escrever ideias, emoções, reivindicações, poemas, cartas e tantos outros textos; enfim já é hora de começarmos a escrever e deixar escrever também na escola. KRAMER (in Candau, 2001, p.106)
Nesta abordagem nos esclarece Antunes (2005) que quase sempre as oportunidades de escrita são reduzidas às aulas de redação, eventualmente copiadas do quadro, e as atividades de leitura não chegam a ter grande significância. Além da escassez de oportunidades de escrita com finalidade escolar, a atividade da escrita é reduzida aos imediatos objetivos das disciplinas, sem aplicações sociais que abrangem diferentes usos da língua fora do ambiente escolar.
Quando o professor solicita ao aluno uma produção de texto, ele não trabalha previamente o tema proposto, ele somente diz: “escreva um texto”. No entanto, sabemos que só escrevemos sobre aquilo que conhecemos, estudamos, sobre o qual refletimos, portanto, se o professor não prepara o aluno para