Interferências ambientais
A influência do homem nos processos de alteração do clima da região e do mundo divide os cientistas. Quanto ao impacto ambiental decorrente da presença humana no continente, acordos internacionais garantem uma satisfatória segurança. As missões instaladas na Antártica se caracterizam pelo baixo impacto ambiental. O esgoto e o lixo são tratados e levados de volta para os continentes de origem, enquanto a matéria orgânica é queimada.
Entretanto, os efeitos da ação do homem sobre o continente e os reflexos para o clima no Globo ainda geram muitas dúvidas. O professor Carlos Alberto Garcia, físico e pesquisador da Fundação Universidade Federal do Rio Grande do Sul (FURGS), dedica-se à oceanografia de altas latitudes, como a dos pólos. Para ele, antes de qualquer tentativa de estudo sobre a interferência humana no meio ambiente, é necessário conhecer a ‘variabilidade natural’ dos ecossistemas. “Para entendermos as mudanças no meio ambiente, antes de tudo precisamos entender o próprio meio ambiente”, afirma.
Atualmente ele investiga a possibilidade das águas profundas antárticas passarem por um processo de aquecimento. “Com esse panorama de aquecimento global, verificamos, especialmente nessas regiões, uma tendência dessas águas de fundo apresentarem um aquecimento médio. Alguns pesquisadores já chegaram a análises que apontam para isso”. Segundo ele, se for verificada essa tendência no processo de formação das águas profundas, a reversão do quadro é ainda mais complicada do que a reversão de processos atmosféricos, pois os processos marítimos, em comparação com os climáticos, são mais lentos tanto para ocorrerem como para ser corrigidos.
O trabalho do professor