Interdisciplinaridade e patologia do saber
1) Problemática: a) Hiper-especialização: a especialização exagerada e sem limites das disciplinas científicas culmina cada vez mais numa fragmentação crescente do horizonte epistemológico, impossibilitando que se veja apenas parte do problema e não o todo. b) Hierarquização: o processo de desintegração dos conhecimentos, a partir do século passado, sobretudo a partir de Comte, pai do positivismo, que entende que o saber deve ser sistematizado, produz uma hierarquização do conhecimento, acelerando a desintegralização do saber, considerando as disciplinas herméticas e indiferentes umas às outras, e não formando um todo harmônico. c) Conformismo das idéias: há um conformismo das situações adquiridas e das “idéias recebidas” ou impostas. É necessário reformular as estruturas mentais para reformular o sistema das ciências, buscando uma integração entre as diversas áreas do conhecimento, aquilo que é comum às diversas especialidades.
2) Motivações, objetivos e justificações: a) Demanda-ciência: Há uma demanda ligada ao desenvolvimento da ciência. A especialização, forma tradicional de organização do saber, gera um isolamento entre os especialistas. A interdisciplinaridade se apresenta como uma oposição sistemática a esse problema, tornando-se condição do progresso das pesquisas nas ciências humanas. b) Demanda- estudante: Há uma demanda ligada ao desenvolvimento estudantil contra um saber fragmentado, artificialmente cortado, pois a realidade é necessariamente global e multidimensional. A interdisciplinaridade aparece como símbolo da “anticiência”, do retorno ao vivido e às dimensões sócio-históricas da ciência. Vem atender à demanda de pessoas com espírito mais aberto que procuram conhecer o todo, utilizando-se da integração entre os saberes. c) Demanda-formação profissional: Há uma demanda crescente por parte daqueles que sentem mais de perto a necessidade de uma formação profissional, superando o