Interações etanol-fármaco
Os efeitos do etanol sobre os fármacos são diferentes, em função de o consumo ser crônico ou agudo.
Como foi dito, o álcool é metabolizado pela via da enzima álcool-desidrogenase (ADN) e pelo sistema oxidante microssomal (MEOS).
Na ingestão aguda, a capacidade do fígado em metabolizar outras substâncias que utilizam a via do MEOS está diminuída, pois este está ocupado temporariamente pelo etanol.
Na ingestão crônica, o álcool induz o sistema oxidante microssomal, que o metaboliza mais rapidamente, assim como a metabolização de drogas que utilizam a MEOS.
O primeiro fenômeno é chamado de “tolerância alcoólica”, ou seja, o usuário necessita de doses cada vez mais altas para ter os efeitos antes experimentados e com uma frequência maior, pois estes efeitos passam mais rapidamente.
Acredita-se também na “tolerância metabólica” a alguns medicamentos, que como conseqüência, têm sua depuração aumentada. A indução da MEOS persiste por dias a semanas após a retirada (abstinência) do álcool, e a duração do período de recuperação varia entre drogas, principalmente porque, em consumidores crônicos de álcool, o próprio dano hepático já é causa de alteração do metabolismo das mesmas.
O álcool modifica direta ou indiretamente a atividade dos fármacos, e este é um fator agravante de seus efeitos adversos de sedação, hipoglicemia, vasodilatação. As interações sobre o metabolismo de fármacos são diferentes segundo se tratar de ingestão aguda ou crônica, pelos motivos já mencionados.
Alguns fármacos também podem atuar sobre a farmacocinética do etanol, como é o caso do metronidazol e o dissulfiran, que serão vistos.
1.1 Interações farmacológicas
As interações farmacológicas mais conhecidas ocorrem no Sistema Nervoso Central (SNC), com somação dos efeitos depressores do álcool e de fármacos como, por exemplo, os benzodiazepínicos, antihistamínicos e antidepressivos, analgésicos narcóticos, sedantes entre outros.
1.2 Interações