Intera O Entre Sujeitos
Rudolfo José Detsch – rudetsch@gmail.com
As interações entre sujeitos que constituem os diversos grupos sociais, segundo Habermas (1982, 1986, 1990, 1994) ocorrem através de dois tipos distintos de ação: a ação racional teleológica (ou relativa a fins ou, ainda, dirigida ou orientada para um fim – zweckrationales Handeln) e a ação de entendimento (ou comunicativa – kommunikatives Handeln). Essas duas formas de ação distinguem-se nos seus mecanismos de coordenação e nos critérios de validade dos argumentos aos quais os atores lançam mão ao interagirem uns com os outros. Habermas (1990), ao referir-se aos mecanismos de coordenação das ações, o faz de uma forma ampla, não se limitando a aspectos formais ou estruturais da linguagem ou das atividades, mas pondo em relevo os propósitos que lhe são inerentes e as diretrizes que orientam as expectativas e os procedimentos dos atores.
Ao caracterizar a ação racional teleológica, Habermas (1994) afirma que ela pode ser concebida ou como ação instrumental, ou como escolha racional (no sentido de seleção estratégica de alternativas – rationale Wahl), ou, então, como uma combinação de ambas.
O que confere o caráter instrumental a uma determinada ação é o fato de ela ser orientada por regras técnicas. Em contrapartida, na ação comunicativa, os agentes se orientam por normas consensualmente reconhecidas. As regras técnicas apóiam-se em um saber empírico e buscam prognosticar eventos físicos ou sociais observáveis. Já as normas definem expectativas recíprocas de comportamento e pressupõem seu reconhecimento intersubjetivo pelos sujeitos em interação. A objetivação do sentido de uma norma ocorre através da comunicação lingüística cotidiana, para a qual os sujeitos valem-se da linguagem natural. A expressão linguagem natural é empregada por Habermas (1990) para caracterizar a forma lingüística usual dos sujeitos, ao manterem uma conversação.
Uma ação é dita estratégica, quando caracterizada pela escolha