Instrucionismo, Construcionismo e Inovação Pedagógica

Instrucionismo, Construcionismo e Inovação Pedagógica

Antonio Vuldembergue Carvalho Farias1

Não há dúvida que a aprendizagem se inicia ainda no ventre materno e se estende até a morte. Também não se discute a forma como esse aprendizado se institui nas pessoas. Sabe-se que há inúmeras maneiras de se processarem os conhecimentos gerando aprendizagem e dentre as formas mais suscitadas, sobressaem teorias como o Instrucionismo, o Construtivismo e o Construcionismo.
São abordagens diversas, com o Instrucionismo ligado a Skinner2, Construtivismo relacionado com Piaget3 e Construcionismo vinculado a Papert4, em seus diferentes raciocínios acerca do processamento de informações a serem transmitidas ou a serem ensinadas, fazendo parte do que se denomina aprendizagem ou construção do conhecimento.
Parece haver uma relação indissolúvel entre dois entes em que todas as abordagens psicogenéticas, epistemológicas ou pedagógicas se debruçam. Trata-se de “quem ensina” e “quem aprende”.
Nessa perspectiva, o “quem ensina” tem se destacado em diversos momentos da história como um dos elementos que se procura dotar de poderes, artifícios, táticas e técnicas que sejam capazes de provocar a aprendizagem no “quem aprende” ainda que tão somente lhe transmita informações, às vezes descontextualizadas.
O tratamento desigual das artes de aprender e ensinar em nossa língua mostra-se visível na gramática e no vocabulário. Pense, por exemplo, em analisar gramaticalmente a sentença: “o professor ensina uma criança”. Professor é sujeito ativo da oração; criança, o objeto direto. O professor faz algo para o aprendiz. Essa forma gramatical ostenta o carimbo de ideologia hierárquica da Escola ao representar o ensino como o processo ativo. O professor está no comando e é, portanto, quem precisa de competência; o aprendiz tem apenas que obedecer às instruções. Essa assimetria está tão profundamente arraigada que até mesmo os defensores da educação “ativa” ou “construtivista” consideram