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MARCAS TEMÁTICAS DA POESIA DE RICARDO REIS
O poeta tem medo do envelhecimento e da morte, angustiando-se, profundamente, em face da transitoriedade, da precariedade da existência humana, que é regida pelas leis implacáveis do Tempo e do Destino e flui irreversivelmente para a Morte, simbolizada na “noite”, no “fim da estrada” ou no “mar muito longe”;
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A consciência lúcida dos limites da condição humana, da impotência do homem para lutar contra a passagem do tempo levam o poeta a procurar uma arte de viver que lhe permita enfrentar o Fatum com dignidade e altivez, garantindo a serenidade, a quietude da alma e a indiferença próprias da ataraxia epicurista, aprendida com os Deuses do Olimpo, o ideal a seguir;
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O poeta recorre à razão e à autodisciplina para controlar as emoções intensas, os sentimentos e os sobressaltos que nada acrescentam à vida, de modo a vivenciar a passagem do tempo com um mínimo de sofrimento, sem comprometer a calma e a felicidade relativas;
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O poeta rejeita o passado inexistente e o futuro incógnito, contentando-se com a vivência moderada do momento presente, o agora, na linha do “carpe diem” horaciano, procurando eliminar a consciência da passagem do tempo, durar sem medir a vida, aceitar passiva e voluntariamente o destino involuntário, na ilusão de que dispõe de liberdade relativa e pode construir o seu próprio destino;
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Como Caeiro, assume a descrença no cristianismo e a crença nos deuses pagãos, o neopaganismo, buscando a quietude e a perfeição deles;
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Em suma, a sua formação clássica permite-lhe definir, a partir da sabedoria dos gregos antigos,