Inovação em lixo radioativo
LIXO RADIOATIVO
A produção de resíduos radioativos em todo o ciclo de vida da energia nuclear é o principal impacto ambiental desta tecnologia. Após 60 anos, país algum do mundo conseguiu encontrar solução definitiva para o lixo nuclear.
Existem hoje no Brasil nove depósitos de armazenamento de rejeitos nucleares e apenas um deles, em Abadia de Goiás, é definitivo. O maior depósito está situado na cidade de Poços de Caldas (MG), que guarda 15 mil toneladas de rejeitos decorrentes do beneficiamento da monazita em São Paulo. Porém, desde a entrada em funcionamento de Angra 1, em 1985, nada foi feito de concreto para resolver o problema do lixo radioativo gerado pelas usinas nucleares (CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2006).
O projeto original do Complexo Nuclear de Angra dos Reis não previa o depósito de rejeitos. A empresa Furnas Centrais Elétricas, antiga gestora do complexo, foi obrigada em 1988 a erguer o primeiro dos dois galpões que formam o depósito provisório. Criou-se, então, uma situação curiosa: a Comissão Nacional de Energia Nuclear, autoridade responsável pelo licenciamento e fiscalização do parque nuclear, nunca cobrou licença de instalação deste depósito.
A quantidade de rejeitos de baixa e média radioatividade estocados nesses dois galpões em Angra dos Reis é estimada em aproximadamente 2.500 toneladas. São filtros e resinas usadas na purificação da água do sistema primário, luvas, sapatilhas, macacões e ferramentas contaminadas (CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2006).
Os rejeitos de alta radioatividade, em especial o combustível nuclear já utilizado, ficam armazenados em piscinas de resfriamento nas próprias usinas. Este reservatório, além de ser uma forma provisória e precária de se estocar rejeitos de alta radioatividade, é vulnerável à elevação do nível do mar, efeito provável das mudanças climáticas nas próximas décadas. Em1986, um laboratório de radioproteção ao lado de Angra 1 submergiu por conta de fortes chuvas.
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