Inocência perdida
Inocência perdida
Ao usar um carro para simples locomoções diárias, infelizmente, nos deparamos com cenas lamentáveis. Em vários semáforos, é possível encontrar crianças pedindo dinheiro aos motoristas. O cotidiano de tal visão revela uma das faces da triste realidade que encontramos em nosso país: a marginalidade.
Uma simples característica do trânsito: parar no sinal vermelho. Mas, o que deveria ser algo corriqueiro se torna a constatação de uma forte contradição dentro de um país tão rico como o Brasil. Crianças por volta dos dez anos, imundas e vestidas de roupas maltrapilhas causam um impacto de pena e aflição quando são observadas pedindo esmolas com suas aparências cabisbaixas. O pior é saber que, se dermos algum trocado, muito provavelmente, o dinheiro será convertido em cola, artifício usado para que assim não sintam fome. E isto, consequentemente, leva ao vício de outras drogas ainda mais perigosas, que acabam por piorar o problema da violência no país.
Mas, atendo-nos ao motivo causador dessa lástima, claramente chegamos ao senso comum de que o descaso do governo para com determinada parcela da população é a engrenagem principal. Em muitos casos, essas crianças vêm de lares miseráveis, em que os pais sozinhos não encontram condições de sustentar a família e por isso submetem-nos à situação de pedintes. O sistema educacional chega a ser tão precário que, como os próprios pais não tiveram alcance à educação, seus filhos traçam os mesmos caminhos da despreparação e rumam ao desemprego. E então se transforma em um ciclo vicioso.
Outro fato comum é o abandono de menores. As crianças sem terem aonde ir, se alojam nas ruas e muitas vezes são “acolhidas” por mendicantes mais velhos que os levam pela conhecida trilha da pobreza e a perda da infância. Estando os abrigos cheios, ocorre uma negligência para com eles, e, além de um sistema de adoção problemático, tudo continua da mesma forma.
Muitos dizem