Ingua portuguesa
Este artigo versa sobre as concepções de oralidade veiculadas nos documentos PCN e Guia PNLD/2005, e sua aplicação nos livros didáticos de Língua Portuguesa. A partir da premissa de que se deve, além da escrita, trabalhar com gêneros3 da oralidade letrada na escola (cf. MARCUSCHI, 2003a), buscamos compreender como tais documentos conceituam oralidade, pretendendo verificar se tais conceitos são compatíveis. Como pressupostos teóricos que embasam o ensino de Língua Portuguesa partimos das considerações de Geraldi (1984) sobre a “linguagem como forma ou processo interação”. A linguagem é uma forma de inter-ação – mais do que possibilitar uma transmissão de informações de um emissor a um receptor, a linguagem é vista como um lugar de interação humana: através dela o sujeito que fala pratica ações que não conseguiria praticar a não ser falando; com ela o falante age sobre o ouvinte, constituindo compromissos e vínculos que não pré-existem antes da fala. Consideramos essa concepção como a mais adequada a ser tomada para o ensino de língua portuguesa na escola e não é sem razão que vários autores (KOCH, 1998; TRAVAGLIA, 2000; COSTA VAL, 1992) consideram que somente com tal perspectiva dá-se conta de um ensino realmente produtivo.
1) Por uma pedagogia do oral
Hoje, não há mais questionamentos sobre a importância de se trabalhar o componente oral na sala de aula. Autores como RAMOS (1999), TRAVAGLIA (2000), FÁVERO et al (2005) e MARCUSCHI (1996, 2003), por exemplo, têm argumentado a favor do desenvolvimento de competências orais na escola.
Este artigo é resultado parcial de pesquisa de Doutorado em andamento, sob orientação da Prof. Dra. Sigrid Gavazzi. 2 Doutoranda em Estudos de Linguagem pela UFF, professora do Colégio de