Miiase
Entende-se por miíase a infestação de vertebrados por larvas de dípteros que, pelo menos durante certo período, se alimentam dos tecidos vivos do hospedeiro, de substâncias corporais liquidas ou do alimento ingerido. Dessa forma, larvas de moscas que completam seu ciclo, ou pelo menos parte do seu desenvolvimento normal dentro ou sobre o corpo de um hospedeiro vertebrado podem ser classificadas como causadoras de miíses.
O termo miíse tem essa etimologia: mye= moscas; ase= doença.
No meio rural e conhecido como “bicheira”.
Do ponto de vista biológico e evolutivo, aquilo que chamamos coletivamente de miíses pode ter sua origem em duas raízes diferentes: miíses furunculares (berne, por exemplo) e a outra, as miíses traumáticas (bicheiras, por exemplo).
Raiz Saprofágica: espécie que normalmente se alimentam de matéria orgânica em decomposição, passaram a ser atraídas por tecido animal em decomposição, como, por exemplo, carcaças de animais. Essas espécies passaram a depositar seus ovos em tecidos necrosados de animais vivos, onde as larvas se alimentavam, produzindo o que agora chamamos miíses secundarias, algumas espécies adquiriram a capacidade de se alimentar de tecidos vivos, produzindo as chamadas miíses primarias. Nesses casos, as larvas não são capazes de penetrar na pele integra, necessitando de uma lesão inicial para iniciar o processo. A Cochiliomya macelaria e a Lucilia sericata, causadores de miíses secundárias (facultativas).
Raiz Sanguinivora: exemplos de larvas predadoras facultativas no terceiro estágio são: Musciva stabulans, Ophyra SP (muscidae), Chrysomya albiceps (calliphoridae). Estas larvas são capazes de perfurar o tegumento de outras larvas e sugar seu conteúdo corpóreo. O passo seguinte seria a larva passar a perfurar a pele de aves e mamíferos para sugar o sangue. A penetração da larva através da pele, indo se alojar no tecido subcutâneo do hospedeiro, tornando-se um parasito obrigatório. São as miíses