ingridy
A referência à linguagem comum marca o contraste com concepções anteriores sobre o papel da linguagem na resolução de problemas filosóficos. Se para os filósofos do período clássico da análise filosófica (Frege, Russell, os positivistas lógicos) os problemas teriam de ser resolvidos por linguagens artificiais – mais precisas e exatas que a linguagem natural –, a ênfase do segundo Wittgenstein e dos filósofos de Oxford concentra-se nos conceitos tal como forjados pelos falantes da língua em situações concretas de uso das palavrasDe início, a filosofia analítica adotou uma visão negativa em relação à linguagem comum. Bertrand Russell via a linguagem natural como demasiadamente imprecisa, ambígua e confusa; e, portanto, como um instrumento inadequado para a resolução de problemas metafísicos e epistemológicos. A proposta de Russell – bem como de Frege, do Círculo de Viena (especialmente Rudolf Carnap) e do jovem Wittgenstein – era o de adotar linguagens artificiais, precisas e exatas, exemplificadas pelos novos sistemas lógicos, como ferramenta para a solução de problemas que, desde a sua primeira formulação, foram inadequadamente discutidos e tratados em termos da linguagem comum.m dos expoentes da filosofia de Oxford foi Gilbert Ryle (1900-1976). A seu respeito, conta-nos um de seus contemporâneos:
"Eu penso que Ryle foi o líder, brilhante e benevolente, da filosofia de Oxford no período do pós-guerra. O desenvolvimento e o florescimento do assunto deveram-se numa enorme proporção à sua visão e