Inglês nas escolas pública não funciona?
10. A língua inglesa na cultura brasileira e na política educacional nacional: um estranho caso de alienação.
Ricardo Augusto de Souza
Faculdade de Letras da UFMG
Ícaro Lemos Rodrigues*
Resumo
A comunicação em línguas estrangeiras, com especial destaque para língua inglesa, representa um conjunto de habilidades altamente valorizado pela sociedade brasileira. Essa narrativa tem como objetivo retomar idéias que não são novas e nos leva a pensar nas visões que muitos ainda tem acerca dos usos da língua inglesa no Brasil, assim como nas visões que podem permear discursos de autoridade acerca do ensino do idioma do nosso país. Do ponto de vista dos aspectos funcionais das variedades de uso do inglês nas diversas localidades do mundo foi proposta uma tipologia composta de quatro funções por Kachru, a partir desse conceito um olhar sobre o perfil sociolingüístico do uso da língua inglesa no nosso país poderá muito provavelmente levar-nos a identificar facilmente forte prevalência de ao menos duas das funções propostas por Kachru. Na sua proposta original, a função imaginativa ou inovadora se dá nos países do circulo em expansão da língua inglesa pela apropriação criativa de elementos do inglês por não nativos em contextos não propriamente do inglês. Então a valorização da língua inglesa em nosso país é facilmente identificável na experiência informal do cotidiano. A escola freqüentemente falha em cumprir o papel que deveria desempenhar na formação plurilingüística do cidadão. Sendo assim as políticas educacionais brasileiras parecem ter assumido tacitamente a escola como espaço monolíngüe. O monolinguismo escolar dominante no país parece encontrar paralelo em uma construção imaginaria monolíngüe da própria identidade nacional. Daí a historia do ideário monolíngüe brasileiro tem capítulos marcados ate mesmo por xenofobia e intolerância. Por fim só resta-nos reconstruir as experiências que a escola oferece ao