Inglaterra:ideologia e política
Introdução: Qual das duas religiões, o Puritanismo ou o Anglicanismo, deveria ser dominante na Inglaterra? Esta é uma questão fundamental para pensarmos o contexto político do período Pré-Revolucionário e da Revolução Inglesa, pois como sabemos, a Igreja, durante toda a Idade Média e até o século XVII, guiava os movimentos dos homens, desde o batismo até a morte, e era o caminho de acesso à vida futura. Ela educava as crianças, o sermão do pároco era a principal fonte de informação sobre os acontecimentos em geral, e a própria paroquia continha poder político local. Era importante, então, que o governo vigente controlasse essa poderosa instituição. E pela mesma razão, aqueles que pretendiam derrubar o estado feudal tinham de atacar e de obter o controle da Igreja.
A partir desse contexto revolucionário, onde o rei e o parlamento se enfrentaram, pretendo analisar o fato de que nesse período, anglicanos e puritanos usaram argumentos religiosos para tratar questões mais influentes no caráter político, e com isso criaram um ambiente hostil de disputa pelo poder. Sabemos que a Revolução Puritana foi um movimento de confissão calvinista, que rejeitava tanto a Igreja Romana como o ritualismo e organização episcopal na Igreja Anglicana, esta última imposta pelo rei. Tal imposição partia de princípios que visavam questões diretamente ligadas aos interesses da monarquia, pois reforçava a autoridade real frente à forte influência das autoridades da Igreja católica. É sob essa perspectiva que proponho este trabalho, e usarei como principal fonte o texto A Revolução Inglesa de 1640, de Christopher Hill.
Análise do período pré-revolucionário inglês:
No início do século XVII, a Inglaterra era um país predominantemente camponês, sua economia era a de subsistência. Isto se dava pelo fato de que a sociedade inglesa fora constituída por comunidades agrícolas isoladas, que produziam para seu próprio consumo. Mas entre os