História do pensamento econômico

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I - INTRODUÇÃO

ARAÚJO, Carlos Roberto Vieira (1995). História do Pensamento Econômico. São
Paulo: Atlas.
1.1 - Ciência e Ideologia
O homem é um ser social. Ele só pode sobreviver em grupos. Assim ele pode dividir as tarefas e especializar-se em determinado setor, aumentando a sua produtividade. O resultado da divisão do trabalho é o aumento da produtividade individual. O homem passa a produzir mais do que estritamente necessário para sobreviver.
Com o excedente econômico uma parcela da população pode deixar de trabalhar diretamente na produção e dedicar-se diretamente a outras atividades (artes, esportes, estudo). Assim, nasce um problema fundamental: quem cria o excedente econômico? E quem se apropria do excedente e com que direito?
Uma sociedade com tais características não poderá sobreviver se não conseguir justificar-se diante de seus membros. É então que surge a ideologia.
A ideologia é o conjunto de normas, valores, símbolos, idéias e prática sociais que procuram justificar as relações econômicas e sociais existentes no interior da sociedade. A ideologia é uma estrutura de pensamento ligada ao grupo dominante.
Entretanto, ela é internalizada pela maioria dos membros da sociedade.
O grupo dominante tem muitos mecanismos de preservação de seus interesses, que vão desde o domínio do Estado até a posse de outros instrumentos como televisão, jornal etc.
A ideologia duas funções importantes na sociedade: i) mantém a coesão social; ii) funciona como um sistema de dominação.

A ciência e a ideologia apresentam-se apoiadas em argumentação lógica. Mas a ciência busca a verdade, e a ideologia move-se no universo dos “valores”. Os valores

[2] estão ligados a grupo de interesses; portanto não são neutros. Cada sociedade tem um quadro de valores dominantes. A questão é que a ideologia se apresenta como ciência, mas defende determinados interesses e não a verdade.

Em muitos casos é difícil separar ciência de ideologia. Pois os