INFIXO FONOLÓGICO
Por Thiago Oliveira Marques
Podemos dizer que numa visão sobre os infixos da língua Portuguesa onde eles “não” existem, mas se considerarmos o fator fonológico de algumas palavras pode-se constatar a presença de um possível “infixo fonológico”. Vejamos a estrutura dos vocábulos abaixo:
Agora vamos considerar os vocábulos escritos fonologicamente:
Tá-ki-si
O-ki-si-gê-nio
Tó-ki-si-ko
O-ki-si-dar
Perceba que na grafia do português, não aparece o infixo, mas quando pronunciamos as palavras esse “infixo fonológico” logo se faz presente e o mais importante e que faz parte da estrutura do radical.
Portanto, é verificável que nos vocábulos onde nós temos esse som “ki” este não aparece na grafia da palavra, mas logo é essencial na pronuncia do vocábulo, caracterizando-se assim um possível “infixo fonológico” da língua portuguesa.
5. A hipótese da circunfixação
A respeito da hipótese (3), autores como Lopes (2003), Silva
& Koch (2005) e Henriques (2007) focalizam o critério de simultaneidade como um traço decisivo na descrição estrutural da derivação parassintética. Justamente por prefixo e sufixo não poderem estar ausentes do processo, a ligação entre as partes torna-se um traço marcado.
Os autores propõem que as frações sejam, então, compreendidas como circunfixos.
Circunfixos são morfes descontínuos, em que a unidade de expressão é desmembrada para a inserção de outra forma (GONÇALVES,
2005). As partes representativas do morfe aparecem no i-
2 Os autores afirmam que o prefixo a- não agrega significado à construção verbal, diferentemente dos prefixos des- e e/N/-. Para maiores detalhes, ver Valente et alii (2009).
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Cadernos do CNLF, Vol. XIV, Nº 2, t. 1 nício e no fim de cada forma gerada. Observe no esquema da Figura
1 como se dá a formação de amolecer a partir da circunfixação:
Figura 1: formação circunfixal de amolecer
Há vantagens tanto morfológica, quanto semântica na adoção