Transtornos funcionais específicos da aprendizagem.
Dificuldades na aprendizagem da escrita: conceitos, características e causas.
Iniciamos nosso texto com este relato de disgrafia de um informante do sexo feminino de 35 anos
“ Sempre tive certa dificuldade na escrita, porém de uns 5 anos pra cá minha coordenação motora para a escrita manual (cursiva) praticamente zerou. Já houve casos de não conseguir sequer assinar meu nome, se tenho que anotar um número de telefone que seja tenho que fazer várias vezes e mesmo assim fica ilegível, evito até de preencher um cheque, pois quase sempre perco algumas folhas. Não consigo fazer a devida pressão da caneta sobre o papel, minha mão oscila em cima da folha e parece flutuar sobre esta, quando sai alguns traços saem levemente e totalmente ilegíveis. Entretanto não tenho nenhuma dificuldade para digitar, onde tenho até bastante rapidez, também não tenho dificuldade de mexer com coisas pequenas que requer presteza nos movimentos. Existe alguma saída para melhora desta situação? Exercícios específicos etc... Obrigado pela atenção”
O relato do caso acima indica claramente, pelos indícios, uma síndrome disgráfica: ( 1) O informante apresenta dificuldade na coordenação motora para a escrita manual (cursiva); (2) dificuldade de escrever palavras ou frases simples de rotina como assinar o nome ou anotar um número de telefone ou preencher cheque; (3) dificuldade de fazer a devida pressão da caneta sobre o papel; (4) mão oscilante sobre o papel ao traçar os grafemas (letras, sinais gráficos) da língua materna e (5) dificuldade de mexer com coisas pequenas que requerem presteza nos movimentos.
No relato acima, não poderíamos falar em agrafia, isto é, a impossibilidade total de escrever. A disgrafia é, o termo psicolingüístico que indica a dificuldade parcial, porém, não a impossibilidade para aprendizagem da escrita de uma língua. 2470.
A disgrafia pode ser definida, no campo da psicolingüística, como a incapacidade de exprimir as