Infanticídio
Lucas Lopes Mantovani, Universidade Federal de Ouro Preto, lucas.lm2007@gmail.com
Resumo
O trabalho apresenta opiniões de indígenas e antropólogos acerca do Infanticídio, costume indígena que desde os primórdios enterra crianças com deficiências, um dos gêmeos, crianças nascidas de relações extraconjugais, ou consideradas portadoras de má-sorte para a comunidade. Além disso discute se a manutenção deste costume é válida ou não abordando pontos de vistas diferentes.
Palavras-Chave: cultura; infanticídio; direito.
1. Infanticídio, certo ou errado?
O infanticídio, assassinato de crianças em determinadas ocasiões, é uma prática absurda se vista com os “olhos comuns” da nossa sociedade. Porém era uma prática cultural completamente normal e aceita para a maioria dos indígenas, pois essa prática fazia parte da cultura deles.
Marquard, utiliza da tese de que a modernização causa uma diferenciação crescente, esta diferenciação causa um estranhamento em relação à dois tipos de cultura que convivem em um mesmo espaço, pois uma não compreende os costumes da outra.
O fato que também precisa ser analisado é a tentativa das tribos indígenas preservarem sua própria cultura. Essa busca pela manutenção da cultura, da história, passa pela compensação dos danos da modernização.
Laraia, no texto Cultura: um conceito antropológico (1972. Págs. 65-101) diz que nós temos o costume de julgar as ações de um determinado grupo de pessoas com o nosso modo de ver as coisas e, é obvio, que se essa prática for contrária aos conceitos do que consideramos certo, taxamo-la de errado.
Tomemos um exemplo. É claro que o Nazismo foi umas das condutas mais cruéis e condenáveis de toda a nossa história, e hoje todos concordam com essa opinião. Porém as pessoas que moravam na Alemanha Nazista não tinham essa visão. De modo que as pessoas pensavam que os procedimentos aplicados a mando de Hitler eram fundamentais para manter e expandir o ideal que