Indústria fonográfica na era do digital
Analisar o desenvolvimento da criação e da produção musical como uma atividade econômica não é uma ação tão simples, justamente porque já é bem complicado mensurar tal construção artística. Quantificar a fruição musical é praticamente impossível. Se formos comparar com uma obra de artes plásticas, por exemplo, a mesma só será reconhecida como tal se for possível compartilhar de sua existência, reconhecer sua autenticidade e catalogar sua singularidade. É possível aprender uma música e reproduzi-la de diversas formas, antes mesmo que esta seja devidamente registrada. E é justamente abordando o desenvolver de políticas que contribuem para este maior controle na distribuição musical que é possível tratar também dos caminhos que esta produção tomou até então. Adentrando numa linha cronológica, não é possível atestar de fato como surge a criação da música, mas é possível fixar um ponto inicial com registros comprovados para iniciar a análise destas composições. Desde os cantos gregorianos, na Idade Média, a composição musical sempre esteve muito atrelada ao catolicismo. Deste fato histórico, já é possível destacar alguns pilares na construção musical. Primeiramente, não há como não citar o ato da composição de fato. A autoria das músicas, sempre esteve presente, o que difere muito é justamente a importância deste quesito, comparando-se com as condições atuais. Justamente pela falta desta necessidade de se reconhecer o autor que até hoje existem obras com seus criadores desconhecidos. A partir das criações classificadas como profanas (já que não estavam ligadas à Igreja), surge o sistema, por mais que informal, de arrecadar dinheiro não com a composição, mas com a interpretação. Artistas passavam o tempo apresentando-se em praças e assim conseguiam se manter por tempo indeterminado. O interessa é observar que hoje, mesmo com uma indústria fonográfica estabelecida, ainda existem exemplos semelhantes a este. No Renascimento, com o mecenato, os