Indios e nós
“Havia duas razões primordiais para que eu desejasse ir para o Brasil central, sendo uma pessoal e a outra teórica. Eu achava o Brasil central um lugar fascinante, desde minhas aulas de geografia no quinto ano primário.” (Seeger, p.26). Nas palavras de Seeger é possível identificar a exemplificação dele nas primeiras palavras da introdução, em que o pesquisador busca responder a questões relacionadas ao próprio interesse, acredita-se que para entender o significado de sua pesquisa, para entender os motivos pelo qual escolhe tratar sobre determinado assunto. E Seeger começa seu texto buscando compreender suas próprias indagações onde destaca as razões pelo qual resolve estudar os Suyá. No decorrer de sua explicação Seeger fala sobre artigos e visitas a grupos feitos antes dele, com questionamentos sobre a linguagem, a forma de comunicação ou, melhor dizendo, como contactaram-se com os grupos, enfim, o autor cita bastantes razões, exemplificações como se fossem mecanismos para ele mesmo entender e desenvolver a própria pesquisa através do próprio entendimento. “A reserva tornou-se acessível a qualquer um através dessa estrada, e os conflitos e doenças resultantes do contato dos fazendeiros com os índios que se recusaram a se transferir para o sul são outro trágico episódio de uma estória que continua desde o descobrimento da América pelos europeus ocidentais” (Seeger, p.28). Neste trecho, Seeger fala das burocracias que passou durante a caminhada. Ele aguardou vários anos para ter acesso à reserva do Xingu, e acaba descobrindo que a demora para aprovação ocorreu devido à construção de uma nova estrada BR-080, pois autoridades queriam manter em sigilo, fato nada diferente dos ocorridos atualmente, pois iriam deslocar os indígenas para parte sul, fato que também acontece atualmente com o deslocamento