Indios Paraná
Um século e meio de confinamento territorial e controle quase permanente vinculam-se na história do Paraná pelas concepções mítico-históricas.
No contexto da colonização, são considerados povos dominados.
Hoje as oposições entre eles são expressas colocando que os Kaingangs são mais bravos que os Guaranis e ainda há uma diferença entre os puros e mestiços, onde os puros são mais bravos.
Em depoimento os Guaranis de Laranjinha, relatam que os últimos Kaingangs que estavam aldeados, o homem estava completamente nu e as mulheres vestiam somente uma peça da cintura para baixo. Nessa mesma aldeia, encontrava-se o cacique com suas oito mulheres, morando no mesmo lugar, chamado Posto Velho.
Os Guaranis por terem sido colonizados mais cedo e ainda ajudado na pacificação dos Kaingangs se consideram mais civilizados.
Embora com o tempo tenha sofrido modificações essa imagem, o próprio processo de incorporação dos índios na sociedade contribuiu para manutenção da imagem de que os Kaingangs são bravos e selvagens.
Antigamente havia guerras entre os Kaingangs e os Guaranis devido ao rapto de mulheres, hoje eles fazem trocas de mulheres para casamentos. Levando-os assim a uma aproximação.
Em uma manifestação realizada em uma praça de Londrina, Kaingangs e Guaranis se reuniram e conversavam em suas línguas indígenas como forma de marcar sua alteridade. Durante as negociações eles se juntaram em assembléia e assim decidiam rapidamente quando se viam pressionados. Mesmo as lideranças de aldeias rebeldes se juntaram, para assim unir forças.
Mesmo com as diferenças entre Kaingangs e Guaranis eles se juntaram, para uma luta maior, que seria contra seus dominadores.
O que as experiências históricas dos Kaingangs e dos Guaranis mostram, ao longo da história recente, é que o nascimento da consciência histórica não substitui a consciência mítica. Ambas são interdependentes e são faces do mesmo