Inclusão de surdos na escola
Este artigo desenvolve parte dos resultados de uma pesquisa, financiada pelo
CNPq, realizada no Estado do Rio Grande do Sul, acerca das condições pedagógicas e linguísticas dos alunos surdos matriculados em escolas públicas e particulares. Desenvolve análises referentes às regiões do Vale do Rio dos
Sinos e da Serra Gaúcha. Os dados sobre matricula, séries de ensino, condições das escolas e dos profissionais envolvidos com alunos surdos foram obtidos através de planilhas preenchidas por profissionais das Coordenadorias de Educação do Estado, Secretarias Municipais de Educação e escolas. Na análise, constatamos que 66 municípios possuem alunos surdos em 50 escolas públicas e particulares. Quarenta e três escolas trabalham com a inclusão de alunos surdos, sendo que, na maioria, não há profissionais (professores e interpretes) com formação para o trabalho. A partir de outros autores, o artigo discute as “realidades escolares” e algumas necessidades básicas para promover a inclusão dos surdos sob outras bases educacionais, linguísticas e pedagógicas. O que pesquisadores surdos pensam sobre a inclusão de alunos surdos na escola regular? Que condições são necessárias para podermos falar de inclusão de alunos surdos na escola regular? Por que os surdos parecem estar sempre na contramão da história da inclusão? Os surdos e aqueles que militam por suas causas estariam contra a inclusão?
Essas são algumas das perguntas que têm acompanhado aqueles que de alguma forma se ocupam do trabalho ou da discussão da educação de surdos. A inclusão parece ser tema vencido em muitos fóruns; porém, para a comunidade surda, ela toma nuances diferenciadas. Há aqueles mais radicais que a negam completamente; aqueles militantes surdos que a olham com estranhamento a partir de experiências já vividas e aqueles que a desejam, porém a partir de condições a serem negociadas com o Estado.
Diante de um cenário tão tenso e conturbado e