(In)disciplina Escolar: Um Processo mais Afetivo
“Não existem, no universo, crianças irrecuperáveis, mas sim crianças que precisam de outras coisas além da pedagogia”
Cesare de La Rocca
È de conhecimento de todos que o ser humano nasce frágil e necessita de outro de sua espécie para sobreviver, assim como necessita da interação com os outros para aprender a ser humano. Exemplo disso tem a história das meninas loba, encontradas na Índia no ano de 1920. Duas crianças selvagens que viviam entre lobos, Amala e Kamala, sendo que a primeira morreu um ano depois e segunda, Kamala, que deveria ter uns oito anos quando encontrada, morreu em 1929 sem se humanizar. Ela levou seis anos para ficar ereta, falava palavras simples e se isolava.
Temos também que o ser humano possui capacidades biológicas como as de andar ereto, falar, conquistar maneiras de pensar através de conceitos, só que tudo isso é possível somente através da convivência com o meio e com seus semelhantes.
Nessa perspectiva é necessário pensar que a formação do ser humano intelectual depende de quem, com quem e de que maneira ele interage no decorrer de sua vida. Logo, se queremos formar um indivíduo cidadão, de boa índole, ético, capaz de viver em sociedade, respeitar os valores, a cultura de seu grupo, cabe, em primeiro lugar a família, núcleo principal de formação do indivíduo, promover condições necessárias a sua formação. Depois da família vem a convivência na escola, que é o segundo núcleo de convivência, cujas implicações serão tratadas neste pequeno ensaio como referência de formação integral do indivíduo.
Consideremos a escola como local fornecedor de vida coletiva, de informações, de interação de grupo, troca de valores, normas, modo de vida diferenciado daquele que se tem com a família; local influenciador das condições socioculturais da comunidade inserida, onde o desenvolvimento ocorre, espaço onde a intervenção pedagógica promove a produção do conhecimento. Neste sentido o