Imortalidade da Alma

Segundo a concepção metafísica, ao referirmos sobre a alma tratamos da busca de um significado que ultrapasse os limites da existência física, isto é, tratamos de algo não material, não visível, que não pode ser reduzido ao espaço e tempo, que tem uma natureza própria, porém, baseada e vinculada ao transcendente. Em sua raiz filológica podemos dizer que alma vem do vocábulo latino “anima” que por sua vez deriva do termo grego άνεμος, cujo significado pode ser compreendido como vento ou sopro. Segundo o Dicionário de Mística, o termo alma é riquíssimo de significados se levada em conta a contínua reflexão humana no decurso das culturas hebraica, grega e ocidental. Na cultura hebraica, alma deriva de nefesh, que evoca alma, vida, pessoa, ou seja, é vida do homem, princípio de afetos, sentimentos e desejos. No judaísmo tardio surge a concepção de que a alma sobrevive ao corpo depois da morte ressuscitando no fim dos tempos para uma vida eterna e feliz no paraíso ou infeliz no inferno, porém, em condição existencial diferente da terrena. Já para os gregos, o termo alma (Psyché), significava sopro, trata-se de uma realidade mais complexa. Para Platão ela é estruturada em três planos ou partes, a primeira e mais alta é a racional ou cognitiva, na qual se conhecem as ideias ou formas abstratas e reais das coisas, a segunda e a terceira é a irracional concupiscível e irascível. Essas últimas são as responsáveis pelos desejos, prazeres, poder, sensibilidades, a ira, a discórdia, a violência, as paixões, enquanto que a primeira deveria libertar-se dessas duas últimas e dominá-las, sendo a responsável pelo raciocínio, aprendizado, vida intelectual. Quanto ao difícil problema da relação entre Alma e corpo, Platão é habitualmente apresentado como dualista. Já para Aristóteles a alma era princípio único, vital e indispensável ao corpo, compõe o vivente humano uno e indivisível, a alma é uma unidade. Ela possui funções relativas aos três reinos dos viventes – vegetal, animal e