Idéias Psicológicas na cultura luso-brasileira, do século XVI ao século XVIII.
História das idéias psicológicas refere-se ao estudo da elaboração dos conhecimentos e práticas psicológicas que estão inseridas em diferentes culturas e sociedades, através de “visões de mundo”. (“Visões de mundo” é o que diferencia um grupo do outro).
Os jesuítas como portadores e transmissores de idéias psicológicas.
Os jesuítas assumiram no Brasil, o papel de portadores e transmissores da tradição medieval e renascentista da Europa, trazendo vários contextos do Velho Mundo para o Novo Mundo. Para os religiosos seguidores do espírito da pedagogia humanista, a educação era considerada um instrumento privilegiado para a criação de um homem novo e uma nova sociedade e tinham como prioridade a criação de escolas. Isso dava a necessidade de formular conhecimentos e práticas que na nossa linguagem seriam pedagógicos e psicológicos. Outro interesse dos jesuítas era na ênfase no conhecimento de si mesmo, através do discernimento dos espíritos, e no diálogo interpessoal visando à compreensão da dinâmica interior, através da direção espiritual. Dentre isso surgiram as principais idéias psicológicas no âmbito da produção jesuíta:
O estudo da alma e a cura das enfermidades do ânimo.
Uma importante fonte para o conhecimento da teoria psicológica são alguns comentários às obras de Aristóteles elaboradas por jesuítas portugueses, dessa forma assumia-se uma posição cultural a favor de Aristóteles (384-322 a.C.) e de Santo Tomás (1225- 1274), mas também acolhedora do Humanismo e Renascença. Resumindo, pela concepção psicológica proposta pelos Comentários inspirada na tradição aristotélica- tomista, a alma é definida como o ato primeiro e substancial do corpo, forma do corpo e princípio de toda atividade. É vista como a ciência da alma.
As cegas paixões do coração humano
No Brasil nos século XVI à XVII, a definição de emoções como o medo, amor e tristeza que eram definidos como “paixões”, são