Ideias psicol gicas da cultura luso

Referência: MASSIMI, Marina. Ideias psicológicas na cultura luso-brasileira, do século XVI ao século XVIII. In JACÓ-VILELA, Ana Maria; FERREIRA, Arthur Arruda Leal; PORTUGAL, Francisco Teixeira. (org.). História da Psicologia: Rumos e percursos. Rio de Janeiro: Nau editora, v1, p. 85-93, 2013.

Ideias psicológicas da cultura luso-brasileira do século XVI ao século XVIII Marina Massimi, doutora em psicologia e professora da Universidade de São Paulo, visa nesse capítulo apresentar a historiografia dos conhecimentos psicológicos de culturas de diferentes grupos sociais presentes no Brasil. A finalidade do estudo é reconstituir as práticas e os conhecimentos psicológicos desses grupos, assim como entender suas alteridades. Uma vez que a história da psicologia do país em questão é certamente afetada pela criação tardia das instituições superiores de ensino, dadas no século XIX. Durante o processo de ocupação do Brasil em 1549, a Europa se encontrava em um contexto cultural resultante da junção de tradições medievais e novos princípios humanistas e renascentistas. Consequentemente, a Companhia de Jesus foi fundada, por Inácio de Loyola, baseada nesses conceitos. Seus integrantes eram nomeados como jesuítas ou missionários. Estes vieram à colônia para transmitir seus conhecimentos religiosos e filosóficos, assim como para propagar suas tradições medievais e renascentistas do âmbito europeu. Uma extensa parcela dos jesuítas era de origem hispânica ou portuguesa. Suas nacionalidades somadas à formação tanto intelectual quanto espiritual no Colégio das Artes de Coimbra reafirmaram a expressão cultural no Brasil. A educação para os habitantes da terra ocupada era fundamentada pelos missionários. Parte do objetivo era criar homens mais adeptos e adequados à nova forma de sociedade que ali seria implementada. Portanto, escolas aderentes à pedagogia humanista foram criadas para atender as populações, que foram submetidas à reformulação de seus hábitos e seus saberes