Idosos no mercado de trabalho
2.1 Tendência Temporal
As informações das PNADs permitem observar 25 anos de comportamento das taxas de atividade1 da população de 60 anos e mais no Brasil — de 1977 a 2002.
A tendência do período, que pode ser observada no Gráfico 1, revela relativo declínio na participação masculina, tendência intensificada nos anos 1990, mas que tudo indica estar sendo arrefecida na década atual.2 Quanto à tendência da participação feminina, esta demonstra um comportamento mais estável, com as taxas de participação das mulheres idosas girando em torno dos 10%.3 Dessa forma, as evidências para as três últimas décadas demonstram não estar ocorrendo no Brasil o decrescimento dos níveis da atividade econômica dos idosos, a exemplo do que a literatura internacional sugere ocorrer na maior parte dos outros países.
1. A taxa de atividade — ou taxa de participação — é igual à População Economicamente Ativa (PEA) dividida pela população em cada grupo específico.
2. As interrupções nas séries do Gráfico 1 referem-se aos anos censitários (1980 e 1991), quando usualmente as PNADs não vão a campo. 3. A profunda reformulação metodológica da PNAD ocorrida entre 1990 e 1992 gerou, como conseqüência, a elevação das taxas de participação, sobretudo de mulheres, de idosos e daqueles engajados nas atividades agrícolas. Embora as taxas do Gráfico 1 tenham sido estimadas através de filtros específicos que procuram recompor o conceito pré-1992, de forma a preservar a comparabilidade da série, já foi demonstrado que não é possível eliminar totalmente o efeito da sobreenumeração da nova PNAD [ver Barros e Mendonça (1997)], com o que os níveis de atividade a partir de 1992 permanecem acima dos do final dos anos 1980. As mudanças metodológicas da chamada “nova PNAD” estão fartamente documentadas na literatura [ver Bruschini e Lombardi (1996)].
OS IDOSOS NO MERCADO DE TRABALHO: TENDÊNCIAS E CONSEQÜÊNCIAS 455
Em contrapartida, do ponto de