Identidades africanas fichamento
IDENTIDADES AFRICANAS
Texto extraído de: APPIAH, Kwame. Estados alterados. In: Na casa de meu pai. A África na filosofia da cultura . Rio de Janeiro: Contraponto, 1997. p. 221-240.
“É verdade, é claro, que a identidade africana ainda está em processo de formação. Não há uma identidade final que seja africana. Mas, ao mesmo tempo, existe uma identidade nascente. E ela tem um certo contexto e um certo sentido. Porque, quando alguém me encontra, digamos, numa loja de Cambridge, ele indaga: "Você é da África?" O que significa que a África representa alguma coisa para algumas pessoas. Cada um desses rótulos tem um sentido, um preço e uma responsabilidade. Chinua Achebe “
A vida cultural da África negra permaneceu basicamente não afetada pelas idéias européias até os últimos anos do século XIX, e a maioria das culturas iniciou nosso século com estilos de vida muito pouco moldados pelo contato direto com a Europa. O comércio direto com os europeus - e especialmente o tráfico de escravos - havia estruturado as economias de muitos dos Estados da costa africana ocidental e de seu interior desde meados do século XVII, substituindo o vasto comércio de ouro que existia, no mínimo, desde o Império Cartaginês, no século II a.C. No início do século XIX, à medida que o comércio escravagista entrou em declínio, os óleos de babaçu e de amendoim tornaram-se as principais exportações para a Europa, sendo posteriormente seguidos pelo cacau e pelo café. Mas a colonização direta da região só começou para valer no fim do século XIX; e a administração européia de toda a África Ocidental só foi conseguida - após muita resistência - quando o califado de Sokoto foi conquistado, em 1903.
[...]Entretanto, na maior parte da África Oriental, assim como na Ocidental, o extenso contato direto com os europeus foi um fenômeno do fim do século XIX, e a colonização só ocorreu, essencialmente, depois de 1885.
[...]Não surpreende, portanto, que a influência cultural europeia na