FICHAMENTO DO TEXTO: O LEVANTE DOS MALÊS: UMA INTERPRETAÇÃO POLÍTICA
REIS, João José. O levante dos malês: uma interpretação política. In: SILVA, Eduardo; REIS, João José (Orgs.). Negociação e conflito: a resistência negra no Brasil escravista. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. P. 99-122.
1ª PARTE) FICHAMENTO
O autor revela qual foi o seu objetivo no capitulo e como ele propôs eu víssemos o objeto de estudo dele, nesse caso, o negro não como passivo, mas como uma agente político determinante: “ Neste capítulo interpretamos o escravo como um agente político. Discutimos especificamente as determinações étnico-culturais, religiosas e de classe que informavam a ação política dos escravos e libertos africanos na Bahia da primeira metade do século XIX (...) os escravos também faziam a política do compromisso e da negociação, mas agora nos limitaremos à política do conflito (...) buscaremos também delinear na segunda parte do capítulo, o significado para a rebeldia escrava do meio urbano e das crises econômica e político institucional na Bahia após a Independencia. Por último, propomos uma espécie de modelo de estratégia política escrava, buscando explicar porque as revoltas tendiam a ocorrer em certos momentos dos calendários político, civil e religioso.” (p.99-100).
João José Reis enfoca na Revolta dos Mâles para demonstrar uma outra visão da rebelião que vai de encontro a da tradicional concebida por Nina Rodrigues: “ Há uma longa tradição iniciada por Nina Rodrigues, que sustena que a revolta não teve relação com a escravidão. Ela teria sido uma guerra santa islâmica, levada a cabo por escravos e libertos africanos, com o único objetivo de expandir o islã. Pode soar anacrônico, mas procuramos demonstrar que houve uma rebelião escrava e, por tanto, uma luta de classes num sentido amplo. (pg 100).
Escravo, Malê ou Nagô
José Reis traça a origens de diversos escravos africanos até a Bahia e como o fato de ter origens semelhantes possibilitou a