Identidade
No que se refere aos impactos gerados na cultura local, é preciso observar quais são os limites para a utilização turística dos seus bens culturais, ao se constatar que às vezes são manipulados sentimentos e tradições, a fim destes serem mais rentáveis, ou na tentativa de encontrar (ou forjar) a "alma" de um lugar, para servirem como um atrativo turístico com diferencial no mercado que se apresenta tão competitivo.
A partir do momento em que se busca a utilização, através do turismo, de determinada manifestação cultural, não se deve permitir a construção de uma vivência oca, ou seja, sem sentido, tanto para os visitantes e principalmente para os moradores. Uma manifestação cultural, como seu próprio nome indica, é uma forma de determinado grupo de pessoas se manifestarem, viverem naquele momento uma experiência cultural que significa muito mais do que um simples show turístico.
Turismo cultural: cultura vendida enquanto mercadoria?
Dentre todas as motivações que geram os deslocamentos turísticos, uma classificação específica tem obtido altos índices de desenvolvimento, graças ao aumento de demandas interessadas por conhecer "o outro" [1]. O chamado turismo cultural se caracteriza pelo interesse na obtenção de novas informações, conhecimentos, o encontro com outras pessoas, comunidades e lugares, a fim de se conhecerem os costumes, tradições, enfim, a identidade cultural do local visitado. Graças a seu caráter histórico, este segmento proporciona um elo entre o passado e o presente, o contato e a convivência com a cultura local, através de cada particularidade do lugar.
Destarte, a prática citada compreende as atividades turísticas relacionadas à vivência do conjunto de elementos significativos do patrimônio histórico e cultural e dos eventos culturais, valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da cultura local. Pode ser compreendida como uma forma de turismo alternativo que pressupõe o consumo da cultura, que se encarna na realidade