Identidade
Segundo Carlos R. Brandão, antropólogo e educador, a identidade explica o sentimento pessoal e a consciência da posse de um eu, de uma realidade individual que torna cada um de nós um sujeito único diante de outros eus; e é, ao mesmo tempo, o reconhecimento individual dessa exclusividade: a consciência de minha continuidade em mim mesmo. A referência do autor ao eu em oposição aos outros eus, leva-nos a considerar algo bastante importante: é em relação ao um outro- diferente de nós- que nos constituímos e nos reconhecemos como sujeito único.
Já na visão do psicanalista André Green, o conceito de identidade agrupa várias idéias, como a noção de permanência, de manutenção de pontos de referência que não mudam com o passar do tempo, como o nome de uma pessoa, suas relações de parentesco, sua nacionalidade. São aspectos que, geralmente, as pessoas carregam a vida toda. Assim, o termo identidade aplica-se à delimitação que permite a distinção de uma unidade. Por fim, a identidade permite uma relação com os outros, propiciando o reconhecimento de si.
De uma forma geral, a identidade é um processo de construção permanente, em contínua (desde antes de nascer até a morte). E neste processo de mudança, o novo (quem sou, agora) amalgama-se com o velho (quem fui ontem).
Contudo, há situações em que esse processo de mudança contínuo ocorre de modo intenso, confuso e, muitas vezes, angustiante e doloroso. Falamos então de crise de identidade.
Um caso exemplar de crise de identidade, em função inclusive de seu caráter inexorável, e que pode ser vivida com mais ou menos sofrimento, é a