Identidade, história e memória pessoal
Para compreender a relação entre identidade, história e memória no âmbito individual, foi considerado um caso clínico, para poder mostrar a respeito do que é “normal”.
No caso clínico foi analisado um portador da síndrome de Korsakov, que é a destruição dos neurônios e dos corpos mamilares do cérebro causado pelo alcoolismo. Tratando-se, de uma doença de causa é física.
Sua patologia é categorizada pela destruição grave e permanente da memória, incluindo a amnésia retrógrada e a perda da memória recente.
A amnésia retrógrada mostra o que somos a cada momento de nossas vidas depende do que vivenciamos desde o nascimento e que é preservado sob a forma de lembranças e de características adquiridas. Assim, a memória não é constituída apenas por lembranças, mas também pelas marcas que o passado deixa no presente.
A doença de Alzheimer pode nos ajudar a responder algumas questões. Doença essa que é dominada pela perda da memória. À medida que aumenta essa devastação, pode observar-se uma degradação progressiva da consciência dos outros e de si mesmo. Em determinado estágio da doença, o paciente já não reconhece as pessoas com quem conviveu durante anos, e mais, perdi todos aqueles que estão à sua volta, mesmo lhe dizendo quem ele é chegando ao ponto de não reagir à presença nem à solicitação externa.
A perda da memória recente do paciente do caso clínico, mostras que sem memória não há história.
Não há mudança para memória, história e identidade. Com a abolição da memória, não haverá mais história. O que seríamos se a cada momento nos esquecêssemos de tudo que vivenciamos anteriormente? Suponhamos agora que se faça um diário detalhado durante sua vida e anexasse a ele fotos de pessoas e de objetos, por exemplo. Embora se não houvesse lembranças pessoais pelo um período afetado pela amnésia, esse diário funcionaria como uma memória artificial, fornecendo-lhes as informações que poderiam ser relevantes. É mais ou menos