Tropicalismo
Nessa época (décadas de 1960 e 1970) o Brasil vivia sob o regime político ditatorial militar, que por meio de seu autoritarismo e repressão, mantinha o controle em vários aspectos da vida social brasileira, principalmente na área da cultura (música, teatro, cinema e literatura). Apesar de toda vigilância, repressão e perseguição dos agentes do DOPS em todas as áreas ligadas à cultura, surgiram várias formas de protestos contra o regime militar. Na música, em especial, surgiram canções de cunho social e de protestos, que chegaram a uma grande parcela da população devido principalmente à participação desses músicos e canções nos grandes festivais realizados pelas emissoras de televisão. Esses festivais eram realizados principalmente na cidade de São Paulo, sendo transmitidos a várias regiões do país, atingindo elevada audiência. Devido a grande participação do público, que torcia de forma apaixonada por suas canções e intérpretes favoritos, esses festivais – assim como os compositores e intérpretes que deles participavam – passaram a ser sistematicamente vigiados pelos agentes DOPS, como passíveis de subversão contra a moral e o sistema nacional.
(O Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), criado em 1924, foi o órgão do governo brasileiro, utilizado principalmente durante o Estado Novo e mais tarde no Regime Militar de 1964, cujo objetivo era controlar e reprimir movimentos políticos e sociais contrários ao regime no poder.)