Oralidade africana
As reminiscências orais sempre tiveram um desempenho importante para a preservação do legado cultural, formando um conjunto vivo de lembranças e memórias, tornando essa simbologia um patrimônio compartilhado entre os membros de uma sociedade.
Nos trânsitos das narrativas, um dos caminhos que permitem a imersão nas manifestações culturais está na transmissão oral, e ao ouvir atentamente como são contadas as historias revelam-se as identidades daquele espaço.
No continente africano uma das grandes ferramentas presentes para a perpetuação da força do verbo está nos encontros sociais “serões”, momentos particulares em que o ancião revela aos membros as histórias daquele clã, e imbuído nessa comunicação grupal, são passados valores, responsabilidades, crenças que estão na dinâmica social.
Ao falarmos de África muitas vezes caímos na ideia eurocêntrica, de um continente atrasado, limitado, estanque diante do tempo, uma imagem disseminada no imaginário das pessoas que está arraigada até os dias atuais. No entanto, a multiculturalidade está presente em varias áreas do saber africano, podemos presenciar nos ensinamentos, nas urdiduras vestais, nas manifestações corporais. Na áfrica tudo transmite um saber e nesse acúmulo, existem diferentes formas de comunicar-se.
No espaço geográfico africano, existem diversas etnias, cada uma possui sua cultura, com diferentes códigos gráficos, onde podem ser utilizados nos âmbitos internos ou dialogando entre diversos grupos, esses indicantes partilham do mesmo espaço: oralidade e escrita, ambas caminham juntas, em vias distintas.
Nesses caminhos como forma de perpetuar as narrativas, para que estas não se percam com o fluir dos tempos, notou-se a necessidade de registra-las, ter um documento em mãos, onde a força da oralidade está presente na escrita.
Ao recorrermos às primeiras marcas encontradas pela historia dos registros gráficos humanos, notaremos que este tinha a necessidade de se fixar ao seu tempo e