Identidade cultural e pós modernidade
Com o advento da pós-modernidade e principalmente através do processo de globalização, as estruturas tradicionais que davam ao indivíduo a noção de estabilidade foram descentradas, ou seja, as identidades que antes nos forneciam sólidas localizações como indivíduos sociais foram se fragmentando. Segundo Stuart Hall, estas transformações que abalaram a ideia de nós próprios como sujeitos integrados, e a perda do “sentido de si” geraram uma crise de identidade.
Os sujeitos que antes tinham uma identidade unificada e estável, com o processo de fragmentação e desreferencialização, passaram a ser formados por várias identidades muitas vezes contraditórias. O processo de identificação tornou-se mais provisório e variável, e as relações, de acordo com Marx “antes mesmo de ossificar, envelhecem”. O sujeito do iluminismo era totalmente centrado, unificado, dotado das capacidades de razão, de consciência e de ação. Ele era visto como um ser individual e masculino. Possuía uma identidade fixa (seu núcleo interior), que com ele nascia e se desenvolvia, mas que permanecia essencialmente a mesma ao longo de sua existência.
A concepção de sujeito sociológico surgiu na medida em que as sociedades foram evoluindo e que se pode perceber que o núcleo interior não era nem autônomo e nem auto-suficiente. O sujeito sociológico mantém ainda uma essência como no sujeito iluminista, mas esta é modificada continuamente. A identidade do sujeito é formada a partir de sua interação com a sociedade e as diversas culturas que estão a sua volta. Ao mesmo tempo em que nos projetamos nas identidades culturais, internalizamos seus significados e valores, e com isso alinhamos nossos sentimentos subjetivos com os lugares objetivos que ocupamos no mundo social e cultural, portanto, a identidade era o fator que ligava a sociedade ao sujeito. A concepção de sujeito pós-moderno surgiu do deslocamento das identidades,