Idade média - observação de hauser
Apesar de ficar conhecida como era das trevas, a Idade Média não representou papel nulo na trajetória da civilização ocidental, inclusive no tocante ao mundo das artes. Segundo Hauser (1994), ela pode ser dividida em três períodos culturais distintos: “ a economia natural da fase inicial da Idade Média; a cavalaria galante da Alta Idade Média; e a cultura burguesa urbana do final da Idade Média” (Hauser, 1994, p.123). Sendo que, sobre essa divisão, o autor destaca:
os acontecimentos que separam esses períodos – o surgimento da cavalaria aristocrática, a par da mudança da economia natural para a economia monetária urbana, o despertar da sensibilidade lírica e a ascensão do naturalismo gótico, a emancipação da burguesia e o começo do capitalismo moderno – são mais importantes para explicar a moderna concepção de vida do que todas as realizações espirituais da Renascença (Hauser, 1994, p. 123).
É necessário frisar que a época do Renascimento é considerada um marco, divisor de águas (ver livro estilos de época). Nota-se, a partir das afirmações do autor, que o período medievo não é homogêneo e que, assim sendo, as manifestações artísticas correspondentes aquele tempo não seguem a soberania de concepções únicas. Aspectos como “o desejo de simplificação e estilização, a renúncia à profundidade espacial e à perspectiva, o tratamento arbitrário das proporções e funções corporais” (p. 123) estão relacionados ao período inicial dessa época. De acordo com Hauser, essas características decaíram quando o modo de vida burguês passou a predominar. Destaca-se das observações do autor, o desejo de simplificação e a renúncia à profundidade espacial – personagens planas ligadas a lições morais encaixam-se bem com esses