HOMOSSEXUALIDADE E TERCEIRA IDADE
Os escassos estudos realizados sobre homossexualidade na terceira idade mostram que o processo de envelhecimento produz as mesmas mudanças sexuais nos homossexuais que no idoso heterossexual. Suas relações e problemas físicos não diferem muito dos que se encontram nos heterossexuais de idade avançada. Apesar disso, a situação dos homossexuais idosos é especialmente complexa em termos da discriminação por parte da sociedade, tendo em vista que: 1) a sexualidade dos idosos heterossexuais não é bem aceita pela sociedade; 2) a sexualidade dos homossexuais também não é bem aceita pela sociedade; 3) pior situação é a que se apresenta para os idosos homossexuais.
Idosos gays que vivem em lares de idosos ou frequentam centros convivência, relatam, com cada vez mais frequência, situações em que são desrespeitados, afastados do convívio dos demais ou maltratados, levando em situações extremas até mesmo ao suicídio. Nestas situações os homossexuais evitam buscar ajuda, tendo em vista o receio de como serão tratados. A reação mais comum, em uma geração acostumada a estar “no armário”, é um “recuo para a invisibilidade” que foi necessária durante grande parte de suas vidas, quando a homossexualidade era considerada tanto um crime quanto uma doença mental. Como consequência deste recuo, um parceiro passa a ser identificado como irmão; nenhuma imagem ou livro com temática gay é deixado à vista. É especialmente complicado ter que ocultar parte tão importante da identidade, justamente em um momento da vida em que toda sua identidade está sendo ameaçada.
Ser gay e idoso tem algumas complicações que advêm do próprio meio homossexual. No mundo hetero, homens e mulheres maduros costumam ter o seu charme. Muitas mulheres, por exemplo, suspiram pelo “coroa de cabelos brancos ou grisalhos”. No meio GLS, por outro lado, onde beleza e jovialidade têm um peso grande na busca por parceiros, homens gays de 35-40 anos de idade são frequentemente