Homoerotismo
Maria Lourdes dos Santos Mestre em Sociologia pela UFC e Funcionária Pública da SESA-CE
SUMÁRIO
1 Introdução 2 Homossexual ou homoerótico: o que faz a diferença? 3 Descortinando a inocente face da perversão 4 Os “normais” como porta-vozes da violência 5 Bibliografia
1 Introdução
O fascínio, o pânico e a curiosidade têm, por mais de um século, provocado no mundo ocidental, uma busca permanente para desraigar e compreender o desejo homossexual. A Literatura, a Biologia, o Cinema, a Psiquiatria, a Psicanálise, a Medicina Social, a Sociologia dentre outros campos concernentes ao conhecimento humano vêm procurando adentrar a origem desse tipo de experiência humana, com o propósito de desvendar e desconstruir os intrincados processos sociais, culturais e psicológicos, para melhor compreendê-lo. Sabe-se que a nossa tradição nos habilitou em usar a palavra homossexualismo na língua corrente, para designar o que em verdade é homoerotismo. Assim, algumas razões teórico-ético-científicas são explicitadas, com o intuito de mostrar que o homoerotismo é um amplo território, onde as ambivalências se confundem e se confrontam. Percorrendo esse emaranhado campo de imprecisões, verifica-se que, a partir do emprego do termo homoerótico como ponto de largada, é provável que se atravesse alguns obstáculos e que se avance no sentido da compreensão, para que, no final se possa perceber como o uso destes termos faz a diferença.
2 Homossexual ou homoerótico: o que faz a diferença?
Da Grécia Antiga, onde a homossexualidade masculina