Homoerotismo

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A questão homoerótica tem se mostrado cada vez mais complexa. É possível concordar com Jurandir que diz que o conceito de homossexualidade enquanto um perfil de personalidade é uma construção recente, do século XVIII.
A relação entre pessoas do mesmo sexo biológico pode ser constatada em toda a história e em todas as culturas. Na Grécia antiga, a pederastia era uma parte da educação dos meninos. Era admissível que houvesse coito entre o mestre e o discípulo. Porém, era um relacionamento seguido de regras: não podia ter demonstração de afetividade em público, só um era o passivo, não podia ocorrer como troca de favores, etc. Também entre as mulheres, embora muito mais difícil de se comprovar por meio da História, há grandes possibilidades de que o relacionamento entre acontecesse com aceitação nas sociedades de mulheres guerreiras, como as Amazonas. A realidade sociohistórica da homossexualidade se diferencia para o homem e a mulher. A mulher foi desprezada pela História junto com o desprezo que viveu na sociedade ocidental. Aquelas que, de alguma forma se projetaram, têm seu nome ocultado, sua história tratada como lenda ou seu feito atribuído a um homem. Sendo tão ‘desinteressante’ enquanto mulher, muito mais o é como homoerótica. Assim, temos, por exemplo, a figura de uma grande líder e poetisa, chamada Safo. Seus poemas de amor ardente por suas amantes foram queimados e destruídos restando apenas fragmentos e menção a sua figura em alguns escritos de pensadores gregos como Platão e Aristóteles.
O termo homossexualidade foi cunhado pela literatura médica oitocentista. Em Esquirol e Pinel, os atos perversos eram atributos de uma pessoa com distúrbios variados. Assim, era próprio dos perversos, se inclinarem sexualmente para seus iguais. Não se estudava a perversão sexual especificamente, porque era vista como um sintoma, portanto um adjetivo.
O modelo ideal de desenvolvimento da sociedade burguesa era o homem, hetero, branco, rico, europeu. Ou seja, a

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