Hobbes
Platão, na República formula seu modelo ideal de cidade justa, que serve de contraponto para Atenas, cujo sistema político, à época, estava em decadência. Para definir o que é cidade justa, Platão começa a examinar o que é justiça.
Logo após as refutações feitas por Sócrates, sobre o conceito de justiça, contra os argumentos de Céfalo (de que a justiça consiste em dizer a verdade e devolver aquilo que se tomou por empréstimo), de Polmarco (que justiça seja beneficiar os amigos e prejudicar os inimigos) e de Transímaco (que a justiça é simplesmente aquilo que é vantajoso para os que tem poder no Estado), no qual, este último, Sócrates inverte o estatuto da totalidade para provar que o homem justo terá uma vida melhor que o homem injusto e, portanto, a virtude humana da justiça é do interesse de quem a possui. Até então o diálogo gira em torno do campo político, mesmo após a entrada de Adimanto na conversa, quando Sócrates defende que o objetivo de viver na pólis é para que as diferentes pessoas possam ter capacidade para prover a subsistência das outras pessoas, tendo que haver, por exigir uma cidade mais complexa, uma guarda bem treinada, ocasião em que as discussão parte para o campo da ética. No campo ético da discussão, Sócrates admite que se a cidade quiser ser feliz, terá de ser uma cidade virtuosa, sendo tais qualidades dependentes das classes que compõem a pólis. Nesse momento, Sócrates define quatro valores fundamentais que assegurariam uma cidade virtuosa: a sabedoria, a coragem, a temperança e a justiça. Sendo a primeira virtude (a sabedoria) contida em seus governantes. A segunda disposição (a coragem) seria inerente aos guardas da cidade. A terceira qualidade (a temperança) estaria por natureza ligada a submissão dos artesãos aos governantes. Quarto e último valor (a justiça) estariam embutidos no princípio da divisão social