Hobbes e Locke
Hobbes e Locke viveram na mesma época e partilharem do interesse comum de uma análise da política, porém, fizeram suas observações de formas distintas. Hobbes, assim como os teóricos políticos anteriores a ele, estava ligado à monarquia absolutista e por isso sua obra visava defender a legitimidade da mesma. Já John Locke, mais liberal, defende o parlamentarismo com a separação dos poderes.
Para ambos, uma das justificativas para que as pessoas fizessem um contrato, um pacto, onde transmitiriam a um indivíduo ou grupo de indivíduos os seus poderes pessoais de ação, foi o da conservação da propriedade, como direito natural de todo ser humano.
Existem várias semelhanças entre as ideias dos dois autores, pois um dialoga com o outro. Entretanto, formulam diferenças entre elas. Para Hobbes o direito natural era apenas o da vida, ou seja, a única coisa que os cidadãos não entregam ao detentor do poder é o direito ou poder sobre sua vida. Locke já estende tais direitos ao direito à propriedade, sendo ela, o direito a vida, a liberdade e aos bens adquiridos e tal deveria ser o objetivo do Estado, a conservação de tais direitos.
Em relação ao contrato social: Hobbes prega um contrato onde o povo fica submetido a um soberano. Locke defende um contrato como pacto de consentimento: cada indivíduo constrói e defende os direitos naturais; ele vê o contrato firmado pelo povo como uma busca por segurança, por maior justiça, pois no estado natural não há leis, a não ser a divina que nesse caso guia os homens, mas como os homens tendem a não julgarem de forma justa os próprios casos é necessário que cedam a outros, que garantam imparcialidade no julgamento, para que o façam.
Hobbes acredita que o homem enquanto indivíduo é diferente daquele de Locke. Para ele, no estado natural, o homem tem direito de conquistar e tomar posse de tudo aquilo que achar que deve. Essa conquista, baseada na igualdade entre os homens, incorreria num