Histórico da adoção
Antigamente, a adoção tinha significado diferente dos tempos atuais.
A religião era forte aliada da adoção nas civilizações em que os homens tradicionais tinha por respeito manter suas famílias com um grande numero de filhos, uma vez que a bíblia relata acerca da geração que o homem deve crescer e multiplicar1.
Segundo relata Fustel de Coulanges, ao estudar principalmente os povos da Grécia e da Roma antiga, a adoção atendia aos anseios de ordem religiosa, pois as civilizações primitivas acreditavam que os vivos eram protegidos pelos mortos2.
Conforme CARVALHO (2010), a adoção era uma forma de dar continuidade aos cultos religiosos domésticos, nada tinha ela de solidária, sendo antes uma forma de mitigação e expiação da verdadeira maldição que era morrer sem gerar descendentes.
Adotar um filho era, portanto, garantir a perpetuidade da religião domestica, era a salvação do lar pela continuação das oferendas fúnebres pelo repouso dos antepassados3.
O pai transmitia a vida ao filho, suas crenças e conhecimentos, o modo de pronunciar as fórmulas da oração. Dessa forma o homem que não podia ter filhos, encontrava na adoção a solução para que sua família não extinguisse e consequente seus ensinamentos não se perdesse no tempo.
Adotar um filho era significado de garantir a perpetua atuação da religião no lar familiar. Só era permitido nos casos de quem não podia ter filho, pois aquele que já tivesse já estava garantindo a continuidade, a perpetuidade do culto familiar e da própria família.
A adoção, portanto nesta época não buscava o bem estar do adotando e sim servir aos interesses do adotante, além disso, não havia preocupação com laços afetivos entre eles.
A forma de se proceder à adoção era, inicialmente, através da iniciação do culto, no conhecimento da religião domestica. Realizava-se uma cerimonia sagrada, oportunidade em que o recém-chegado era admitido no lar. Orações, ritos, objetos sagrados e deuses passavam a